o dia em que encontrei quem eu já conhecia

Ela era exatamente o que imaginei em todo esse tempo que jamais a havia tocado. Foi intenso descobrir que não importava se fosse por algumas horas, um dia, ou uma vida inteira; estar ao lado dela bastava e era o que me completava. Muitos não sabem em qual momento exato Nicole se tornou um anjo sem asas na minha vida, pois bem, lhes direi.

Quando comecei o blog Meu Benício, não tive um porquê lógico, eu apenas queria registrar os acontecimentos a cerca de minha gestação e o seu desenvolvimento. Entrando neste universo blogueira materna, percebi que essa vontade não era só minha e encontrei outras pessoas que pude acompanhar. Cada uma com anseios diferentes. Umas na esperança de engravidar, outras esperando o primeiro filho e também quem já tinha dois ou três em seu lar. Algumas fazem parte de minha história até hoje. Nicole é uma delas. Não me lembro se eu a encontrei ou ela me encontrou, portanto, prefiro mencionar que nós nos encontramos - para todo o sempre. Quando Benício faleceu, nossa amizade se fortaleceu ainda mais. Era fácil simplesmente desligar-me da internet e viver a vida, nos perdermos no tempo, mas eu sentia vontade de teu conforto e buscava isso. No velório do Ben, inesperadamente ele recebeu uma coroa de flores onde estava escrito "de: Nana (A louca do bebê) e Nicole (Feliz espera)". Talvez tenha sido o único momento em que sorri naquele dia nebuloso. Afinal, uma lá do Nordeste e outra do Sul, e eu aqui, bem no meio desse pedacinho de Brasil. Um carinho que até hoje não consigo descrever, somente senti e guardei ambas no coração. Sabia que o dia de retribuir chegaria, só não imaginava quando (e como).

Quando Barrili e eu resolvemos fazer o enxoval da Rubi na Argentina, pensei que seria a oportunidade perfeita para me encontrar com a Nicole, afinal, Porto Alegre era na metade do trajeto. Foi mais complicado do que pensei. Não encontrava um voo que encaixasse um bom horário para isso e a maioria era direto para Buenos Aires. Eu não queria. Eu não perderia essa chance. Por um erro, a vendedora colocou a data errada e tivemos que estornar a compra. Já era a noite anterior ao dia que eu queria ir. Arrumei as malas e disse ao Barrili: "Só saio de lá direto pra Porto Alegre". Disposta a esperar o tempo necessário no saguão, fomos naquela manhã do dia dezenove de março. Então, surgiu um voo em que poderíamos parar no aeroporto de Porto Alegre durante oito horas, ele era mais caro do que o direto, e quem disse que isso importava?! A vendedora insistia em dizer que era prejuízo e eu pensava que prejuízo maior seria não vê-la naquele dia. Chegamos a Porto Alegre, mas parecia que o meu coração tinha ficado lá em cima, antes do avião pousar. Afinal, faltava pouco para fitar aquela que se tornou minha maior companheira em vida - para todas as horas.

Nicole e eu nos tornamos grandes amigas, era como se ela estivesse ao meu lado todos os dias. A sintonia era tanta que engravidamos na mesma semana. Foi alegria, sonho, ternura, choro e amor. Muito amor.

Nós fomos ao Shopping Praia de Belas, comemos besteiras e demos muitas risadas. Eu estava em família. Seu marido é tão gentil quanto ela, e formamos um grupinho de seis lindos e de bem com a vida! (Nessa foto eu estava mordendo o biscoitinho que veio no sorvete, por isso a cara de panaca)

 Ainda no Shopping praia de Belas, caminhamos procurando roupinhas iguais para nossos bebês. Sim, pois, não bastava terem sido feitos na mesma época, terem nomes parecidos e nascerem em datas próximas. Queríamos mais (risos). Encontramos um body lindo branco de bolinhas azuis - que é nossa cor preferida - e babadinhos, super delicado e bem feito, de uma loja nova que em breve indicarei aqui no Blog (dentre as lojas da minha viagem). Tô louca pra colocar os bebês ali dentro! De lá fomos para um parque/praça bem próximo. Ótimo cenário para eternizar nosso encontro.